Paz
Luto dia e noite não para tê-lá
Mas para merecê-lá.
Negro, amaldiçoado pela bela cor,
Que para os insanos, é símbolo da dor.
Paz
Que enfeitiça o sul
O norte abençoa
E o preto canta rios de sangue
Que o leva á opressora morgue
Onde a alma seca
E o ocidentalismo peça.
Paz!? Que paz?
Quem disse que Paz é apenas o Calar das Armas de Militantes
Que clamam por um prato de comida?

Paz è muito mais que isso!
Paz sou Eu e Você!
Paz è a Pomba Branca no lugar do Ramo da Oliveira que leva em seu Bico, Carregar sacos de Arroz!
Paz é a súbida do Metical e a descida do Dólar.
Paz è Você parar de roubar, o que os outros com muito sacrifício conseguiram Juntar.
Preconceito
Nasci nesse mundo,
Onde todos viemos para viver e não confundo
Que culpa tenho da tua ignorância
Sabendo eu que onde há ignorantes há intolerância.
Somos todos humanos;
Humanos
Há errarem
Em sociedade
Com seus ideais
De normalidade;
Retroceder seria
Um dos maiores erros;
Teríamos nós
Mais uma vez
Os braços acorrentados.

Minha liberdade…
Sua liberdade…
A nossa liberdade
Já é uma utopia
Da princesa Isabel
Quiçá uma liberdade
Sem preconceito!

Um dia
Quando a minha liberdade
Deixar de ter muros
Voarei feito folha seca
Ao vento!

Será enfim
Berço da paz
De cada negro.
Procuro uma paz que jamais se desfaz em pedaços,

Quero uma paz que deixa traços e que crie laços,

Uma paz igual a de um rapaz que na luta pela paz provou ser capaz de trocar sua covardia por uma nova moradia chamada Paz…

Sou negro das Américas e de África
Que ao som da liberdade
Vou descrevendo nos laços da vida
A sede dessa ausente paz
Que aprisiona e impede que seja livre como à perdiz
E quando o mundo meu grito escutar
Continentes passar
Direi sou à paz que o outro precisa.

Autores: Clarisse Da Costa (foto), Achimo Meragi, Muzime ,Wayve Exacto Xirindza, Sócrates e Analcinda.

Projeto: Brasil e Moçambique

 Ação Brasil e África.