Agentes da Vigilância Ambiental iniciaram as visitas domiciliares logo após apresentação do plano de enfrentamento
Agentes da Vigilância Ambiental iniciaram a campanha de enfrentamento às arboviroses urbanas por Sobradinho, na Região de Saúde Norte, que engloba também Planaltina e Fercal. O programa foi lançado pelo Governo do Distrito Federal na semana passada.
5.278 casos foram registrados na cidade em 2020, o equivalente a 11% de todo o DF
O gerente da Vigilância Ambiental, Reginaldo Braga, explicou que a decisão está diretamente ligada ao número de casos registrados na cidade em 2020: 5.278, o equivalente a 11% de todo o DF.
“Sobradinho ocupou o primeiro lugar dentre todas as regiões administrativas do DF em número de casos prováveis de dengue. A nossa expectativa é que o trabalho de manejo realizado aqui na Região Norte seja semelhante ao que foi feito no Gama e em Santa Maria em 2020. As duas cidades ocupavam, juntas, o primeiro lugar na tabela de casos confirmados de dengue e, atualmente, chegamos quase a zero no índice de infestação e incidência nesses locais”, explicou Braga.
Ao todo, são 16 agentes de Vigilância trabalhando na Região Norte. Juntos, eles visitam e inspecionam cerca de 350 imóveis por dia. A primeira visita foi feita n casa de Onofra Fátima, moradora da Quadra 2 de Sobradinho há seis anos. Para ela, essas ações são importantes para conscientizar a população. “Sempre cuido do meu jardim e deixo os vasos emborcados. Limpo a minha área externa diariamente. Aqui em casa nunca tivemos dengue porque estamos sempre atentos a todos os cuidados”, contou.
O programa
Durante a solenidade de apresentação das estratégias, o subsecretário da SVS, Divino Valero, reforçou a importância da participação da população para que as medidas de controle e prevenção da disseminação do mosquito vetor da dengue, zika e chikungunya sejam efetivas.
Valero anunciou, também, a abertura de processo seletivo para contratação temporária de cerca de mil novos agentes de Vigilância Ambiental. “Nossa expectativa para este ano é intensificar as ações em conjunto com a equipe da Sala Distrital Permanente de Coordenação e Controle das Ações de Enfrentamento às Doenças Transmitidas pelo Aedes, composta por diversos órgãos do GDF e apoio do Corpo de Bombeiros. Queremos otimizar as visitas domiciliares, promovendo as ações de saúde, prevenção e controle das doenças causadas pelo Aedes aegypti”, completou.
Nas três primeiras semanas epidemiológicas de janeiro de 2021, o número de casos prováveis tem sido inferior aos dados de 2020
Presente na abertura do programa, o gerente de Educação Ambiental, Patrimonial, Língua Estrangeira, Arte e Educação da Secretaria de Educação, David Nogueira, reforçou o papel do órgão para otimizar as ações de combate e resultados, aliando conhecimento à prática. “Capacitamos cerca de mil profissionais na Educação com objetivo de torná-los multiplicadores de informação. Nossa intenção é trabalhar este tema em todas as faixas etárias, dentro e fora do âmbito escolar”.
Números
Nas três primeiras semanas epidemiológicas de janeiro de 2021, o número de casos prováveis tem sido inferior aos dados de 2020. Foram computados neste ano 419 casos prováveis de dengue, contra 1.208 registros no ano passado, um decréscimo de 65,3%.
Planejamento estratégico
As estratégias preparadas para este ano estão alinhadas com os eixos do Plano para Enfrentamento da Dengue e Outras Arboviroses (2020-2023). No âmbito da Saúde, todas as ações serão voltadas para a prevenção e o trabalho ambiental e também para a assistência aos pacientes acometidos pelas doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti.
As inspeções nos imóveis continuarão ocorrendo em todas as cidades de segunda a sexta-feira. Já nos pontos estratégicos, que são os locais com maior potencial de contaminação, como prédios abandonados, ferro-velho e borracharias, as vistorias são feitas quinzenalmente, e, sempre que necessário, é utilizada a borrifação com UBV costal.
Reforço
Uma das estratégias deste ano será o uso ampliado das armadilhas. Serão 5 mil distribuídas da seguinte forma: 2 mil para Ceilândia, mil para Sobradinho, mil para Planaltina e mil para São Sebastião. O objetivo é atuar nas cidades com série histórica de maior incidência, além da cidade de São Sebastião que teve óbito de macaco confirmado por febre amarela. Essas cidades também receberão a ação do UBV larvicida.