(*) Karolina Kopko

 As ações que podem beneficiar mais de 230 lotes, prevenindo os transtornos causados pelas chuvas, só podem ser liberadas nos parcelamentos já regularizados

 

Enxurradas, buracos, casas e lojas inundadas não são novidade para os moradores do Grande Colorado, região de Sobradinho na saída norte de Brasília, que sofre com a temporada de chuvas. A Urbanizadora Paranoazinho – UP, que trabalha pela regularização dos parcelamentos no bairro, além de outros dois setores habitacionais localizados na região, revela que os investimentos em obras de infraestrutura, drenagem e esgoto, que podem beneficiar mais de 230 lotes na região, dependem da regularização.

 

Termo de Compromisso firmado entre a UP e o Governo do Distrito Federal estabelece, como uma das contrapartidas da regularização, a construção da rede de drenagem de águas pluviais e esgoto de todo o Grande Colorado. Para cumprir esse compromisso, a Urbanizadoras já deu início a parte das obras e realizou os estudos preliminares de sondagem para identificar as bacias de drenagem.

 

“Já fizemos a coleta de amostras de solo da região do condomínio Vivendas Friburgo, regularizado em 2014 e que será o primeiro a ser beneficiado, e essas análises servirão para viabilizar as obras de drenagem pluvial”, explica o diretor-presidente da UPSA, Ricardo Birmann. Além da drenagem e de escoamento, estão previstas a instalação de tubulações e reservatórios que também ajudarão a evitar o agravamento das erosões, alagamentos e a formação de buracos na via. Para que as obras no restante dos condomínios aconteçam, no entanto, a região deve alcançar o percentual de 50% de regularidade.

 

“A temporada de chuva traz junto com ela as enxurradas que atingem a Avenida São Francisco, a principal do Grande Colorado, mas o primeiro passo para a melhoria da qualidade de vida é o avanço no processo de regularização. Enquanto esse processo não avançar, os benefícios socioambientais ficam travados”, afirma Birmann. A drenagem pluvial realizada pela UP irá resolver definitivamente as enxurradas que atingem a avenida no período das chuvas e, depois de finalizada a regularização, a urbanizadora tem prazo de quatro anos para concluir as obras.

 

Localizada na via central do setor habitacional, a avenida comercial é de extrema importância porque é responsável por ligar os condomínios à DF-150, além de ser um espaço de circulação de pessoas. Para Alaide Alves, proprietária da loja Colorado Verde Produtos Naturais, localizada no comércio do Jardim Europa I, as obras são necessárias para acabar com os problemas como alagamentos e enxurradas. “A chuva e a falta de drenagem adequada nos atrapalham 100%. É um transtorno total. Toda vez que chove a loja enche de água, não dá para atravessar para o outro lado da pista, temos que fechar a loja para limpar. Prejudica o comércio e a vida de todos”, revela Alaide, que tem a loja há cinco anos.

 

Moradora do mesmo condomínio há onze anos, a estudante Mariana Camillo, que tem dificuldades de locomoção e utiliza muletas, teve que adaptar a rotina e abandonar o curso de Desenho Industrial na Universidade de Brasília por conta das dificuldades no período de chuva. “Era impossível chegar até a minha casa quando chovia por causa das enxurradas e das erosões entre o ponto de ônibus e o condomínio”, conta.

 

De acordo com a coordenadora de meio ambiente da UPSA, Mirella Ritter, o problema principal está nas tentativas improvisadas de captação e de escoamento de água na região.  “A execução das obras, que deverá ser iniciada assim que a regularização atingir os 50%, reduzirá os danos ao meio ambiente, ajudará a evitar a erosão e a diminuir os índices de poluição do ecossistema, além de evitar o carregamento de lixo para os córregos da região. Problemas que ocorrem hoje na região”, revela.

 

Fonte: (*) Karolina Kopko/santaféideias.com.br