Exposição explora tema a escuridão e de como ela sofre interferência pela iluminação urbana,
por isso fica aberta das 18h30 às 22h
Mostra tem programação semanal com atividades educativas junto a escolas públicas, debate com o artista e o curador Gabriel Menotti, performances, lançamento de catálogo e ficará em cartaz até 25 de agosto.
A exposição multimídia “Pirâmide, Urubu”, criada pelo artista visual e cineasta Maurício Chades, ocupa as duas cúpulas da Torre de TV Digital, de 29 de julho até 25 de agosto. A curadoria é de Gabriel Menotti.
Essa, aliás, é a primeira vez que a Torre de TV Digital funciona como espaço expositivo. A cúpula 1 conta com 17 obras, que surgem como partes pelo caminho na criação de dois curtas-metragens: “O Vídeo de 6 Faces” e “JUCA”. Esses trabalhos marcam um intercâmbio entre processos artísticos em artes visuais e cinema. Os dois curtas são exibidos na Cúpula 2, onde está abrigada a instalação “Pirâmide, Cinema” – protótipo de cinema que propõe um contraponto em relação ao modelo hegemônico de sala de exibição (com tela, poltronas e carpetes sempre iguais em qualquer sala de shopping center), o que o artista chama de “cinema especulativo”.
A mostra terá programação semanal com atividades educativas junto a escolas públicas, debate com o artista e o curador Gabriel Menotti, performances, lançamento de catálogo.
O processo criativo de “Pirâmide, Urubu” começou quando Maurício Chades precisou se mover da cidade para buscar um locus para viver e montar ateliê às margens do Córrego do Urubu. Segundo o curador, na medida em que se afastou de uma Brasília, Chades se aproximou de uma outra cidade, das geometrias sagradas e dos acontecimentos espectrais, e seu trabalho se aproximou de sua vida. “Dali de cima, a figura da Capital ganha maior nitidez, e a prática cinematográfica do artista ganha outras proporções”.
O artista propõe uma recriação topológica do local. Isso está representado nos objetos coletados da paisagem e reordenados na exposição e também no impulso ficcional estabelecido ao se lançar na paisagem em transição. Esse conjunto de símbolos oferece um panorama particular no qual se percebe a hibridização cidade-campo. A exposição propõe uma reordenação deste espaço, desde os postes de luz, mourões, árvores do Cerrado até representações das relações afetivas e espaciais vividas na região em uma experiência de galeria de arte.
Outro tema abordado na mostra é a escuridão e de como ela é impedida pela iluminação urbana que se intensifica a cada dia. Segundo Chades, “Pirâmide, Urubu” propõe um deparamento com a paisagem com todo corpo e a olho nu, por meio de passeios noturnos para que o espectador apreenda o espaço por si.
PIRAMIDE, URUBU
Período: 29 de julho a 25 de agosto
Local: Torre de TV Digital
Visitação: Terça a domingo, das 18h30 às 22h
Entrada franca
Classificação indicativa: 16 anos