sexta-feira, julho 26, 2024
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Café produzido na Região Norte do DF é o primeiro do centro-oeste a ser premiado na Itália

‘Nem fazia parte dos meus planos’ diz Carlos Alberto Coutinho. Produtor do Lago Oeste se prepara para outra etapa do concurso, em Nova Iorque.

Carlos Alberto Coutinho e a esposa são produtores de café na Região Norte do DF — Foto: Emater-DF/ Divulgação

 

Carlos Alberto Coutinho, de 73 anos, tem oferecido um produto que chamou a atenção de distribuidores e também de apreciadores de café expresso gourmet – no Brasil e no mundo. O produtor do Lago Oeste, em Brasília, foi o primeiro da região Centro-Oeste do país a ser finalista no prêmio da empresa italiana Illy.

 

“Não fazia parte dos meus planos e nem imaginava que nós tivéssemos esse potencial”, disse Coutinho. O prêmio foi recebido como “uma agradável surpresa”.

 

“No início, o plantio não tinha maiores intenções comerciais e nem eu desconfiava que nós estivéssemos em uma situação tão privilegiada.”

 

Os grãos da safra 2018/2019, cultivados no Lago Oeste, estavam entre 1.174 amostras analisadas pela empresa. Apenas 40 chegaram a finalistas na 28ª edição do Prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café para Expresso e três produtores foram escolhidos como os melhores: dois de Minas Gerais e um de Brasília.

 

Em outubro, Coutinho e os dois mineiros viajam para Nova York onde participam do 4º Prêmio Ernesto Illy Internacional. O encontro reunirá 27 produtores de nove países. No evento também será revelada a ordem de classificação entre os grãos do DF e de Minas Gerais (primeiro, segundo e terceiro colocados).

 

“Foi um processo natural de aprimoramento até chegar a essa situação e eu espero que isso possa se irradiar pela região, porque realmente, nós, aqui no DF, temos um grande potencial para essa produção de cafés especiais”, afirma o cafeicultor.

 

Como tudo começou

Propriedade no Lago Oeste, onde é produzido café premiado do DF — Foto: Emater-DF/ Divulgação

 

Carlos Alberto Coutinho começou a plantar café em 2003. O café veio depois de uma tentativa frustrada de criar gado de leite, da raça holandesa, que quase o levou à falência, contou.

 

“A ideia inicial era apenas ter um cultivo como forma de terapia ocupacional”, relembra. Depois de vender o gado, em 2002, um dos funcionários dele falou da possibilidade de plantarem café. O problema, explica Coutinho, é que ele não encontrou mudas em Brasília.

 

“Comentei essa dificuldade com um conhecido que mandou um caminhão de mudas para mim. Quando cheguei na fazenda e vi aquele mundo de mudas comecei a plantar.”

 

Desde então, o produtor visitou propriedades, assistiu a seminários, foi a feiras especializadas, ouviu histórias e recebeu apoio da Embrapa e da Emater-DF. Em 2010, ele começou a fornecer café para a Illy, empresa italiana de torrefação.

 

Produção

 

O cafeicultor de Brasília explica que o café é uma planta de clima tropical que, se tiver calor e umidade, flora o ano inteiro. “Isso acaba valorizando a região do DF para a plantação”, diz Coutinho.

 

“O café daqui tem um equilíbrio ideal entre o açúcar e a acidez.”

 

Na propriedade do Lago Oeste, o plantio do café é feito de dezembro a fevereiro, que é o período de chuva. A colheita é entre os meses de maio e julho.

 

A maior parte do café produzido por Coutinho vai para a Itália e, de lá, para o mundo. A empresa Illy, responsável pela distribuição, está presente em 140 países.

 

No último ano, com a boa safra de café, Coutinho acabou vendendo uma parte da produção para a multinacional Olam e para uma torrefadora de Formosa (GO).

Café de marca própria, produzido pela família de Carlos Alberto Coutinho — Foto: Emater-DF/ Divulgação

 

Café gourmet

 

Com o prêmio, o café do Lago Oeste começou a ser procurado. No entanto, o produtor de Brasília não tem autorização para vender o produto torrado. De acordo com a legislação, como produtor rural, para vender café torrado e moído é preciso ter uma empresa.

 

“Eu torro o café só para o meu consumo, mas as pessoas procuram.”

 

Esse próximo passo já está sendo pensado pela família Coutinho. A esposa do cafeicultor, Laíse, e os filhos do casal estão trabalhando no lançamento de uma marca própria. A ideia é vender o produto para os estabelecimentos da capital.

 

“A ideia é fazer uma linha de cafés gourmet, em parceria com cafeterias da cidade”, conta o produtor.

 

 

Fonte:  Brenda Ortiz, G1 DF – Fotos: Emater/Divulgação – Adaptação, Jr Nobre/JS
Emícles Nogueira Nobre Júnior
Emícles Nogueira Nobre Júniorhttp://jornaldesobradinho.com.br
Jornalista Profissional DRT 12050/DF, Blogueiro, Gestor Comercial & Diretor Geral do Jornal de Sobradinho.
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