Por meio de dinâmica específica, comunidade aponta os pontos fortes e as carências – como saneamento básico ou necessidade de atendimento odontológico
Ao dividi-los em dois grupos, de homens e mulheres, foi aplicada a dinâmica chamada de Árvore dos Problemas. Nela, a comunidade aponta aos profissionais de saúde os pontos fortes da comunidade, representados por folhas verdes, e os problemas, que são as folhas secas. Entre as carências, citaram desde questões relacionadas ao saneamento básico até a necessidade de atendimentos odontológicos.
“É um diagnóstico rural participativo. Levantamos os pontos que precisam ser melhorados, focados, inicialmente, na Atenção Primária. Em um segundo momento, vamos chamar, até setembro, representantes de outros órgãos para ajudarem nas outras demandas”, explicou a psicóloga Christiane Viana, da Gerência de Atenção à Saúde de Populações em Situação Vulnerável e Programas Especiais (GASPVP) da Secretaria de Saúde.
Oportunidade
Para a moradora Rosalina da Rocha, 33 anos, a visita dos profissionais representa uma oportunidade para a comunidade melhorar em vários aspectos. “Fomos muito bem atendidos por todos. Agora, se conseguirem nos atender com a vinda de dentistas, por exemplo, já ajudaria muito”, avaliou.
Já o porta-voz do grupo e presidente administrativo da Associação das Etnias Ciganas (Anec), Vanderlei da Rocha, agradeceu a visita e a chance de avançar em relação às dificuldades do assentamento cigano. “É uma oportunidade muito rica para nós. Valorizamos muito a saúde e esperamos, com o tempo, que as folhas secas se tornem verdes”, disse Vanderlei, em relação a dinâmica da Árvore dos Problemas.
Vínculos
Os profissionais da Unidade Básica de Saúde (UBS) 4 da Rota do Cavalo, responsáveis por atender a comunidade cigana, marcaram presença na ação.
Segundo Eliana Lisboa, enfermeira da unidade, a visita tem como objetivo formar vínculos com a comunidade e fortalecer as práticas preventivas de saúde. “Queremos, neste momento, formar um vínculo com eles”, afirmou.
Pela própria característica cultural nômade dos ciganos, esse vínculo se torna mais difícil de ser estabelecido, admitem os profissionais. Por isso, a expectativa é de que novas visitas ocorram para atender às pessoas que costumam ficar mais presentes no assentamento cigano. “Tem um grupo mais centralizado e os outros que circulam pelo DF. Pretendemos focar nos que ficam, que costumam ser as mães com os seus filhos”, disse Eliana.
Além disso, outra dificuldade precisa ser superada. “Por muito tempo, os ciganos foram perseguidos. Então, tem uma característica de eles serem mais reativos a ações de serviço público, mesmo tendo necessidade. Esperamos criar uma abertura maior para esse público”, ressalta Suderlan Sabino, especialista em saúde dos ciganos e enfermeiro da Coordenação de Atenção Primária à Saúde da pasta.
* Com informações da Secretaria de Saúde/DF