Profissionais que atendem Planaltina, Arapoanga, Fercal, Sobradinho e Sobradinho II têm o desafio de cobrir extenso território
Tanto no ritmo movimentado das ruas urbanas quanto na tranquilidade do ambiente rural, os serviços e os profissionais da Secretaria de Saúde (SES-DF) estão presentes. É assim na Região de Saúde Norte – composta por Planaltina, Arapoanga, Fercal, Sobradinho e Sobradinho II –, em que 13 das 36 unidades básicas de saúde (UBSs) são destinadas ao atendimento de pessoas residentes em áreas rurais.
O sistema de saúde para todos pressupõe a assistência de acordo com a necessidade do usuário. Por isso, a UBS 10 (Taquara), a UBS 16 (Pipiripau) e a UBS 17 (Jardim Morumbi) oferecem serviços voltados para a população de campo e floresta, como a coleta de material para exames laboratoriais dos produtores rurais que utilizam agrotóxicos nas plantações.
“É rápido, ligeiro você é atendido e evita a viagem. É bom, atende bem”, resume Adalto Santos, que precisa de medicamento de uso contínuo e faz acompanhamento na UBS 16.
Localizada no Núcleo Rural Pipiripau, a unidade fica a cerca de 24 quilômetros da região central de Planaltina. “Aqui, gasto 15 minutos andando. Se precisasse ir a Planaltina [área urbana], seria mais de uma hora e precisaria de ônibus. Consulta, remédio, exame de sangue, prevenção, vacina, faço tudo aqui”, acrescenta Maristela da Cruz, que também retira remédios para pressão alta na UBS.
A farmácia do local atende demandas básicas, e, por lá, as singularidades da área rural são notadas. “A procura é grande pelos fitoterápicos, os pacientes aceitam muito bem”, conta o farmacêutico Leoni Fabiano. A Farmácia Viva do Centro de Práticas Integrativas (Cerpis) de Planaltina é uma referência no DF e produz os fitoterápicos que são enviados para a unidade de saúde.
UBSs rurais
“Muitas vezes, a UBS rural é o equipamento público de saúde mais perto da população local. Por esse motivo, no acolhimento, [o profissional] deve se preocupar em tentar resolver todas as demandas daqueles usuários, pois muitos não têm tempo e condições financeiras para ir várias vezes à unidade”, explica o gerente de Serviços de Atenção Primária 4 de Planaltina, Deusdete Rolim. “Além disso, as equipes devem prover atendimentos extramuros para alcançar as comunidades mais distantes.”
As UBSs dos núcleos rurais Pipiripau, Jardim Morumbi e Taquara realizam, em média, 6.462 atendimentos por mês. As ações incluem procedimentos individualizados, atendimento domiciliar, odontológico, atividade coletiva, vacinação e visitas
Quem vai até uma dessas três unidades rurais encontra disponíveis consultas médicas e odontológicas, vacinação, exame preventivo de colo de útero (Papanicolau), coleta laboratorial e inserção de DIU. Há, ainda, oferta de serviço de planejamento familiar, atendimentos e visitas domiciliares, atualização de cartão do SUS, inserção de exames na regulação e atividades coletivas, entre outros.
Os desafios enfrentados para que a prestação de serviço alcance a comunidade que vive na área rural são bem conhecidos pelo médico da família e comunidade Marcelo Januário. Dos 30 anos de atuação da SES-DF, 15 foram na UBS 16 (Pipiripau). “Trabalhar com atenção primária e na área rural é ter que, em alguns casos, desenhar sol e lua para que o paciente entenda a hora em que ele deve tomar o remédio. O acolhimento é diferenciado, pois as necessidades dos pacientes também são”, avalia.
O esforço dos profissionais que se deslocam até as UBS rurais – levando assistência aos cidadãos, independentemente de onde residam – é reconhecido pelos usuários. “Só vou para Planaltina quando é emergência. Aqui facilita demais; se não tivesse [a UBS], seria difícil para a comunidade. O atendimento é maravilhoso, tem médico, enfermeiro, são pessoas boas, não tenho do que reclamar”, opina Soraya Vilma, paciente da UBS do Jardim Morumbi.
As UBSs dos núcleos rurais Pipiripau, Jardim Morumbi e Taquara realizam, em média, 6.462 atendimentos por mês. As ações incluem procedimentos individualizados, atendimento domiciliar, odontológico, atividade coletiva, vacinação e visitas.
Acolhimento do usuário
As equipes buscam sempre um atendimento mais próximo dos cidadãos, como é possível perceber na UBS 17 do Jardim Morumbi, na área rural de Planaltina. A proximidade entre servidores e usuários é visível. Aguardando no local, a paciente Joana Duarte fez questão de contar sobre a amizade que mantém com a equipe.
O vínculo foi construído durante os atendimentos, uma vez que os serviços de saúde estão presentes na rotina da diarista e da família. “Fiz aqui o pré-natal do meu filho, que hoje tem 8 anos. Esse ano, minha filha fez o pré-natal também, enquanto estava grávida da minha netinha. Nas duas vezes, o atendimento foi muito bom”, elogia.
Diretor de Atenção Primária da Região Norte, Saulo Jacinto Pignata ressalta iniciativas adotadas para otimizar o serviço. “Conseguimos realizar várias adequações na estrutura física das UBSs com o contrato de manutenção predial regular [que a SES-DF instituiu]”, exemplifica. “Outro fator foi a chegada de novos servidores do concurso e do programa Mais Médicos. O reforço de recursos humanos é importante para ampliar o acesso da população ao serviço e permite a criação de novas equipes com aumento de capacidade de consultas, procedimentos e visitas domiciliares”.
Conheça a rede de saúde disponível na Região de Saúde Norte
Dois hospitais, uma unidade de pronto atendimento (UPA), duas policlínicas e 36 unidades básicas de saúde (UBSs) atendem pacientes de Planaltina, Arapoanga, Fercal, Sobradinho e Sobradinho II. Apenas nas UBSs são 101 equipes de saúde da família, 58 equipes de saúde bucal e cinco equipes multidisciplinares (e-multi). Porta de entrada dos pacientes aos serviços de saúde, as unidades básicas funcionam, em regra, de segunda a sexta-feira, mas há algumas que abrem aos sábados. Os horários também variam.
No InfoSaúde, é possível pesquisar o endereço da UBS que atende seu local de residência e mais informações.
Os cuidados com a saúde mental também estão entre os serviços prestados aos moradores por meio das unidades do Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Pessoas com transtorno mental grave com mais de 18 anos são atendidas no Caps II, em Planaltina. Já o acolhimento de crianças e adolescentes, com até 18 anos, em sofrimento psíquico grave, ocorre em Sobradinho, no Capsi, enquanto pessoas com transtornos devido ao uso de álcool e outras drogas podem fazer acompanhamento no Caps AD, em Sobradinho II.
Serviços ambulatoriais são encontrados nas policlínicas de Sobradinho e Planaltina, onde os agendamentos ocorrem após encaminhamentos das UBSs e abrem caminho para atendimento com especialistas como cardiologista, dermatologista e psicólogo. A oferta varia de acordo com a localidade, e as especialidades disponíveis podem ser conferidas na página da SES-DF para a Policlínica de Sobradinho e a Policlínica de Planaltina.
A prestação da saúde nos três níveis de atenção passa pelo reconhecimento dos profissionais que acolhem e atendem aos usuários. “Os servidores são muito capazes, os cenários são potentes e eles executam muito. Eles divulgam, gerando multiplicadores e impactando a melhora da assistência para a população”, destaca a superintendente da Região Norte, Débora Fernandes.
Assistência hospitalar
Quando o assunto é unidade hospitalar, o Hospital Regional de Sobradinho (HRS) se destaca na ortopedia como referência nos atendimentos de trauma, em especialidades cirúrgicas e clínicas. Além de ser responsável por cirurgias eletivas de média e alta complexidade de toda Região de Saúde Norte e da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (Ride), o hospital oferece o serviço exclusivo de fixador externo e alongamento ósseo, denominado Ilizarov, sendo referência para todo o DF.
No Hospital Regional de Planaltina (HRPl), o título de Hospital Amigo da Criança, concedido pelo Ministério da Saúde, é um dos orgulhos. O credenciamento significa que o hospital cumpre os dez passos para o sucesso do aleitamento materno, instituídos pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), além de respeitar o acesso livre aos pais de bebês graves ou potencialmente graves e adotar os protocolos dos “Cuidados Amigo da Mulher”, que incluem direito a acompanhante de livre escolha em todas as etapas do parto. O HRPl possui a habilitação desde 1996 e renovou o credenciamento em 2022, ano em que ocorreu a última avaliação.
Em andamento, serviços na unidade de Planaltina – como no centro radiológico e na cozinha, ambos concluídos – já resultam em melhorias para os usuários da rede. Ainda serão entregues as readequações do centro obstétrico, da subestação de energia e o Bloco 2, que é uma ampliação do HRPl para atender hemodiálise, internação de clínica médica e pediatria, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outros setores.
*Fonte: Agência Brasília, Edição: Débora Cronemberger, com informações da SES-DF