A criança está sob guarda do estado em um abrigo até o fato ser esclarecido.
A Polícia Civil do DF quer saber se uma criança, que nasceu em setembro desse ano no Hospital de Sobradinho, que fica a cerca de 23 km de Brasília, foi vítima de adoção ilegal. Segundo os investigadores, logo após o nascimento do bebê, um homem, que mora em Minas Gerais, se apresentou na unidade como o pai e em seguida registrou a criança. Os funcionários do hospital acharam a atitude suspeita, já que era a 15ª gestação da mulher e o casal não demonstrava nenhuma intimidade. Os servidores, então, alertaram o Ministério Público sobre a possibilidade de adoção ilegal e órgão acionou a polícia.
Hospital Regional de Sobradinho (HRS). — Foto: TV Globo
O homem foi levado pelos policiais até a delegacia da região e lá contou que teve um relacionamento extraconjugal com a mãe da criança, mas não soube informar o endereço dela e nem detalhes sobre a vida da mulher. Segundo a polícia, ele também se negou a fazer o exame de DNA. Diante dos fatos, os investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão em Planaltina, Sobradinho e Belo Horizonte/ MG. Ao todo, quatro celulares foram apreendidos. O delegado Mauricio Iacozzili diz que a polícia investiga a dona da casa onde a mãe da criança mora, já que as duas não têm parentesco e a mulher pode estar envolvida com a adoção ilegal.
“A gente vai apurar o real envolvimento da mulher já que a mãe do bebê mora na casa dela e não tem nenhum grau de parentesco entre as duas. A gente não sabe se é alguma agenciadora ou intermediadora. Com a análise do material apreendido vamos poder verificar melhor a atuação de cada um e se há mais pessoas envolvidas que estariam atuando nessa famosa “adoção à brasileira” que é crime”.
A criança está sob guarda do estado em um abrigo até o fato ser esclarecido. Pela lei, quem falsifica registro de filho pode pegar de dois a seis anos de prisão. Se ficar confirmado que a mãe recebeu algum valor ou recompensa para entregar o filho, ela também pode responder pelo crime e pegar de um a quatro anos de prisão. A adoção no país é um procedimento legal regulamentado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e deve ser feito por órgãos responsáveis. No Brasil, não há custo algum para adotar.
Fonte: Ana Carolina Tomé/CBN – cbn.globo.com – Foto: Sindipol-DF/Divulgação