Erguesse as muralhas
Fecharam as todas as fronteiras
Campo minado
Para nós dois
Minha divinal negra musa
***
Agora fico eu sozinho
A vagar no deserto arredo
Sem vida
Cheio de reminiscências vagas
E intangíveis verdades
***
Fico eu naufrago
Em pleno mar aberto
Absorto
Em gigantescas dúvidas
E infindáveis incertezas
***
Erguesse sintécticos muros
Fecharam todas
As abstratas fronteiras
E nada sobrou
Entre o nós dois minha querida
Somente
A mutual equidistante
Solidão a dois
Samuel da Costa
Por Samuel da Costa – escritor e poeta