Até 11 de dezembro, 15 propriedades às margens da Bacia do Ribeirão Pipiripau serão beneficiadas com a iniciativa

 

(*) Vinícius Brandão

 

Até 11 de dezembro, 350 estudantes de 13 escolas públicas e privadas do Distrito Federal plantarão pelo menos 1,5 mil mudas de espécies nativas do Cerrado em 15 propriedades rurais às margens da Bacia do Ribeirão Pipiripau.

O coordenador de Programas Especiais da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), Miguel Sartori, ressalta que a bacia é responsável por parte do abastecimento de água de Sobradinho e de Planaltina.

 

“Toda a população residente na região é beneficiada com o plantio. No entanto, é preciso saber que o Cerrado é importante para o mundo inteiro”, reforça.

 

A ação faz parte do projeto Produtor de Água Mirim, que leva crianças de escolas públicas e particulares de Brasília para as áreas das bacias hidrográficas. Os alunos são orientados sobre a importância do reflorestamento de árvores nativas do Centro-Oeste para a preservação dos mananciais e a conservação do solo.

 

Na edição de 2018, a ONG Pede Planta forneceu 10 mil mudas de 13 viveiros pedagógicos — as 1,5 mil a serem plantadas até dezembro e 8,5 mil que serão distribuídas para o plantio nas áreas centrais da região.

 

O projeto Produtor de Água Mirim é desenvolvido sempre no início do período chuvoso no DF, favorável para a plantação das mudas.

 

Na primeira edição, em outubro e novembro de 2017, envolveu 240 estudantes na plantação de 1,2 mil mudas de árvores nativas, em 12 propriedades rurais da região.

 

Participam da ação a Adasa, o Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER-DF), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF) e o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), que integram o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental do programa Produtor de Água do Pipiripau.

 

Alunos visitaram Assentamento Oziel Alves III

 

“O que é uma bacia hidrográfica?”, perguntou Louise Kaiser, assistente técnica da Adasa, para os 15 estudantes que visitaram o Assentamento Oziel Alves III na Bacia do Ribeirão Pipiripau, em 20 de novembro.

 

O questionamento é importante porque o ribeirão abastece a área do Centro de Ensino Fundamental 3 de Sobradinho, escola das crianças.

 

Os alunos foram para o local para plantar cem mudas de aroeira, ipê, mogno, pequizeiro, cajuzinho, angico, buriti, gueroba e jerivá — todas plantas de grande porte típicas do Cerrado.

 

A fazenda visitada é do produtor Robemario Ribeiro de Souza, de 49 anos, que reconhece o valor do auxílio tanto para o trabalho dele como para o meio ambiente.

 

“Antes eu não recebia ajuda nenhuma, agora ainda melhoramos o acesso à água para a vegetação.”

 

Souza produz hortaliças entre linhas de agroflorestas e sabe que as águas da bacia são importantes para o cultivo. “Por causa do desmatamento na região, a água que estava a cerca de 7 metros abaixo da superfície, agora está a 14 metros. A cada ano fica 1 metro mais funda.”

 

Programa Produtor de Água no Pipiripau funciona em sete frentes

 

Coordenado pela Adasa, o Produtor de Água do Pipiripau foi constituído em 3 de fevereiro de 2012 para fazer a manutenção da bacia hidrográfica do Ribeirão Pipiripau.

 

O projeto é dividido em sete Grupos de Trabalho:

  • GT 1 – Conservação do Solo
  • GT 2 – Reflorestamento
  • GT 3 – PSA
  • GT 4 – Canal Santos Dumont
  • GT 5 – Monitoramento
  • GT 6 – Educação Ambiental
  • GT 7 – Comunicação e Marketing

Fazem parte do GT 6:

  • Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa)
  • Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb)
  • Emater-DF
  • DER-DF
  • Rede de Sementes do Cerrado
  • Rede Planta
  • World Wide Fund for Nature (WWF)

 

 

(*) Vinícius Brandão, Edição: Marcela Rocha, Fotos: Pedro Ventura/Agência Brasília