Sérgio Kimura consegue, com o sistema, economizar até 90% de água em relação ao cultivo tradicional
Na chácara de Kimura, um tanque de ferro e cimento abriga tilápias e piaus, de onde a água parte para as hortaliças depois de passar por dois filtros.
“Essa estrutura limpa a água e deixa os nutrientes necessários ao crescimento das plantas”, explica o produtor, que montou o sistema há pouco mais de um ano.
Por enquanto, Kimura está avaliando a experiência e já possui cerca de 500 mudas em estufa. “Com esse sistema, será possível manter a produção durante todo o ano, inclusive no período das chuvas”, acrescenta.
“Consigo vender o pouco que produzo para conhecidos, mas a ideia é aumentar a produção para uma escala comercial “- Sérgio Kimura, produtor rural
Segundo o coordenador do programa de Piscicultura da Emater-DF, Adalmyr Borges, a aquaponia é uma aposta segura para a agricultura no Distrito Federal.
“Queremos reunir mais produtores que já estão trabalhando com esse sistema, além dos que desejam iniciar a atividade, para compartilhar conhecimento, tecnologia e inovação”, explica o médico-veterinário.
Com ajuda do filho, Kimura desenvolveu um aplicativo para analisar a qualidade da água, podendo, assim, controlar melhor a produção. “Por meio do celular, fico sabendo se a temperatura ou o pH estão em condições ideais.”
O produtor menciona ainda o apoio que recebe da Emater-DF, por meio do escritório no Lago Oeste, além de outros técnicos que o assistem. “O atendimento da empresa tem sido fundamental para o sucesso do nosso empreendimento”, diz Kimura.
Outras experiências
Um outro sistema de aquaponia está em teste na chácara Delfim, no Lago Norte, em um sistema de larga escala. O sistema permite o aproveitamento da água na produção dos peixes e das plantas sem o uso de insumos químicos.
O produtor Vitor Correa (foto acima) diz que o foco na propriedade são as práticas sustentáveis. Ele já tem a produção certificada de frutas orgânicas, como abacaxi e banana. Além disso, ele implantou agroflorestas, meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) e integra todas essas práticas com o apoio da Emater-DF e outros parceiros.
O produtor conta que, ao começar a criação de peixes, preocupou-se com o gasto de água do sistema e procurou uma alternativa para fazer um uso mais racional do insumo. “Apesar de a propriedade estar na cabeceira do córrego, não temos muita disponibilidade de água. Já cheguei a ficar sem ter como fazer as trocas de água dos peixes”, afirma Correa.