O Centro Médico Matsumoto recomenda que homens a partir de 50 anos procurem médico para avaliação individualizada
A cada hora, sete homens recebem o diagnóstico de câncer de próstata no Brasil, de acordo com as estimativas de incidência do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para 2018 (68.220 casos/ano). O tumor mais incidente no homem (excluindo-se o câncer de pele não melanoma) ainda mata cerca de 20% dos pacientes (14.484 óbitos em 2015).
“Hoje em dia não é mais o preconceito com o exame da próstata que afasta o homem do consultório médico, mas sim o medo de ser diagnosticado com a doença. No entanto, atualmente existem tratamentos conservadores indicados em casos de doença de baixa agressividade, nos quais não vamos realizar nenhum procedimento, apenas acompanhar a evolução da doença com exames periódicos”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Dr. Sebastião Westphal.
A recomendação do Centro Médico Matsumoto é que homens a partir de 50 anos procurem um profissional especializado, para avaliação individualizada.
Doenças da próstata
Do tamanho de uma castanha e localizada abaixo da bexiga, a principal função da próstata é produzir uma secreção fluida para nutrição e transporte dos espermatozoides. Ao longo da vida a glândula pode desenvolver três doenças: a prostatite (inflamação), a hiperplasia prostática benigna – HPB (crescimento benigno) e o câncer.
A prostatite chega a atingir cerca de 30% dos homens. Pode causar ardor ou queimação ou um desconforto junto ao orgasmo, esperma de cor amarelada, vontade frequente para urinar etc. A principal causa para a doença são uretrites, como a gonorreia, após relacionamentos com parceiras com infecções ginecológicas e ainda após relação anal sem preservativo.
Já a HPB pode atingir cerca de 50% dos homens acima de 50 anos e provoca aumento da frequência urinária diurna, diminuição da força e do calibre do jato urinário, demora para iniciar a micção, sensação de urgência para urinar, entre outros sintomas.
O câncer, por sua vez, não costuma apresentar sintomas em fases iniciais, quando em 90% dos casos pode ser curado. Ao apresentar sintomas significa já estar numa fase mais avançada e pode causar vontade de urinar com frequência, presença de sangue na urina ou no sêmen.
Fatores de risco:
– Histórico familiar de câncer de próstata: pai, irmão e tio
– Raça: homens negros
– Obesidade
– Sedentarismo
Exames
A análise da próstata é feita pela dosagem do PSA no sangue juntamente com o exame de toque. “Um exame não exclui o outro, visto que é possível ter PSA aumentado e não ter a doença ou tê-lo normal e ter a doença. O PSA também pode aumentar no caso de prostatite e HPB e há casos em que ele não se altera mesmo com o câncer em curso”, explica o coordenador do Novembro Azul 2018, Dr. Geraldo Faria da SBU / Sociedade Brasileira de Urologia.
Mitos e verdades sobre o câncer de próstata
Para esclarecer as inúmeras dúvidas que cercam o tema, a Sociedade Brasileira de Urologia elencou alguns mitos e verdades. Confira:
O câncer de próstata é uma doença do idoso.
MITO. Apesar de o risco para a doença aumentar significativamente após os 50 anos, cerca de 40% dos casos são diagnosticados em homens abaixo desta idade. Entretanto, a doença é rara antes dos 40 anos.
PSA aumentado é sinal de que tenho câncer de próstata.
MITO. O antígeno prostático pode apresentar alterações em várias situações que não o câncer, como a hiperplasia benigna da próstata, prostatite (uma inflamação) e trauma. Por isso é importante a avaliação médica e o toque retal.
PSA baixo é sinal de que não tenho câncer de próstata.
MITO. Estima-se que o câncer de próstata está presente em 15% dos homens com níveis normais de PSA, daí a importância do toque retal.
Ter pai, irmão ou tio com a doença aumenta meu risco.
VERDADE. A hereditariedade é um dos principais fatores de risco para a doença. Um parente de primeiro grau com a doença duplica sua chance. Dois familiares com a doença aumentam essa chance em cinco vezes. Para quem tem casos na família, o recomendado pela Sociedade Brasileira de Urologia é procurar um urologista a partir dos 45 anos.
Todos os casos de câncer de próstata precisam de tratamento.
MITO. A indicação da melhor forma de tratamento vai depender de vários aspectos, como estado de saúde atual, estadiamento da doença e expectativa de vida. Em casos de tumores de baixa agressividade há a opção da vigilância ativa, na qual periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença intervindo se houver progressão da mesma.
O câncer de próstata sempre apresenta sintomas. Então posso esperar os sintomas para procurar o médico.
MITO. Em estágio inicial, quando as chances de curam beiram 90%, a doença não apresenta qualquer sintoma. Geralmente, os principais sintomas relacionados à próstata são devido a hiperplasia prostática, crescimento benigno da glândula, como jato urinário mais fraco, sensação de urgência miccional ou de esvaziamento incompleto da bexiga, entre outros.
Pessoas da raça negra têm maior risco de desenvolver a doença.
VERDADE. Estudos apontam que afrodescendentes têm risco 60% maior de desenvolver a doença e a taxa de mortalidade é três vezes mais alta.
A reposição hormonal em casos de Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM) afeta o câncer de próstata.
MITO. Estudos têm apontado que a terapia de reposição hormonal com testosterona não representa risco de desenvolvimento de câncer de próstata nos homens que recebem o hormônio. Nos homens que tenham sido tratados com sucesso de câncer de próstata a reposição hormonal poderá ser instituída após uma análise criteriosa dos riscos e benefícios. Homens portadores de câncer de próstata e que ainda não tenham sido tratados da doença não deverão receber terapia de reposição hormonal. Como regra, nunca se deve fazer uso de reposição de testosterona sem consultar seu médico.
O sedentarismo pode aumentar o risco para desenvolvimento do câncer de próstata.
VERDADE. O sedentarismo e a obesidade estão relacionados a alterações metabólicas que podem levar a alterações moleculares responsáveis pela gênese da neoplasia.
A atividade física regular tem um papel relevante na prevenção e no tratamento.
VERDADE. Essa prática saudável pode agir de modo protetor, e tem sido um fator modificável para o câncer de próstata por causa dos seus potenciais efeitos:
Fortalecimento imunológico
Prevenção da obesidade
Capacidade do exercício em modular os níveis hormonais
Redução do estresse
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Por Emicles Nogueira Nobre Junior/JS com informações da Vithal Comunicação Integrada – Foto/Imagem : Divulgação