O processo migratório para o Distrito Federal, a partir do fim da década de 1950, foi impulsionado pela promessa de um futuro melhor na nova capital federal, que atraía famílias de diversas regiões do Brasil. Sobradinho foi uma das cidades que emergiu desse sonho, tornando-se um novo lar para muitos. Contudo, a chegada contínua de pessoas resultou na ocupação do entorno da cidade, que, com o passar do tempo, foi reconhecida como uma cidade autônoma e passou a se chamar Sobradinho II.
É um local que conheço desde antes de sua formalização. Cresci jogando bola nos campos de terra batida e explorando os córregos da região. Embora eu acredite que reconhecer as origens seja um passo fundamental para o desenvolvimento, nesta semana, em que a querida cidade completa 35 anos, Sobradinho II precisa ser vista cada vez mais como uma cidade com demandas específicas que requerem gestão e investimentos para se desenvolver e melhorar a vida de seus moradores.
Falo com a propriedade de quem conhece de perto essas questões. Além de ser vizinho, mantenho vínculos com a comunidade e a cultura, e acompanho o potencial esportivo, sempre visitando e convivendo com a população trabalhadora de Sobradinho II. Infelizmente, a população enfrenta diversos desafios, como a falta de saneamento adequado, drenagem precária e a necessidade de ampliação dos serviços de saúde e educação, questões que exigem atenção imediata.
Desde o meu primeiro mandato, busco colaborar na resolução desses problemas, seja fazendo indicações ao Executivo, seja destinando emendas para que mudanças concretas possam ocorrer. Certamente, o trabalho de um parlamentar possui limitações orçamentárias e práticas, pois um distrital deve olhar para todo o DF. Mas nesta semana festiva, me permito pensar em Sobradinho II com o mesmo ânimo dos pioneiros: fé e muito trabalho.
Apesar das dificuldades, algumas soluções estão se aproximando. Uma das mais importantes é o projeto de drenagem de águas pluviais do Setor de Mansões, cujas enchentes afetam toda a comunidade, seja pelos atoleiros, seja pela destruição do asfalto, que é frequentemente reparado. Recentemente, soubemos que o edital para a contratação do projeto está em desenvolvimento, e me apressei em destinar emenda parlamentar para o início das obras. O desejo e a ação, caminhando juntos, podem fazer muito.
A mobilidade urbana é outro ponto crítico. A cidade, que ainda preserva características de um núcleo urbano menos denso, sofre com o trânsito caótico nas vias principais e a falta de transporte público eficiente. Os moradores enfrentam dificuldades diárias para se deslocar, o que compromete o acesso a oportunidades de emprego e serviços em outras regiões do DF. Por isso, a implementação do BR Norte é tão importante. Muitas vezes conversei com moradores que solicitaram essa melhoria. Este ano, o governo federal alocou recursos para tornar isso realidade.
Outro desafio é a necessidade de mais investimento em educação. O fortalecimento de projetos voltados para a formação técnica e profissional é urgente. No programa de expansão dos Institutos Federais, Sobradinho II foi contemplada. Essa é uma conquista junto ao governo federal, que foi sensível ao apelo da nossa região. É com ações planejadas que conseguimos promover mais oportunidades de emprego na cidade.
O incentivo à cultura e ao esporte também é essencial para promover a cidadania e afastar os jovens da criminalidade. A construção de mais áreas de lazer, como quadras esportivas e pontos de encontro comunitários, e o apoio a iniciativas culturais têm o potencial de transformar a dinâmica social da cidade.
Atualmente, a realidade é que o aumento da população não foi acompanhado por uma melhoria proporcional em muitas áreas. Os mais vulneráveis reivindicam melhores condições de saúde, educação e lazer. Mesmo assim, existem inúmeras possibilidades. A destinação de emendas e as mudanças necessárias podem não acontecer na velocidade que desejamos, mas a fiscalização e a cobrança ativa da população são fundamentais para a melhoria dos serviços públicos.
Sobradinho II tem potencial para se desenvolver. Com investimentos adequados e políticas públicas inclusivas, a cidade pode se transformar em um lugar melhor para se viver, oferecendo mais qualidade de vida e oportunidades para seus moradores.
Fonte: Comunicação do Dep. Ricardo Vale PT
