quinta-feira, dezembro 26, 2024
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RICARDO VALE, PT E O ACONTECIDO EM PLANALTINA/DF

O Partido dos Trabalhadores está passando por um processo de eleições diretas para escolha dos seus dirigentes, em âmbito regional e nacional. No último domingo, 22/09, houve um acirramento entre as chapas que disputavam a presidência do PT da cidade de Planaltina, com direito a denúncias e boletins de ocorrência para todos os lados.

O Jornal de Sobradinho decidiu entrevistar o ex-deputado distrital Ricardo Vale, que é do PT/DF, morador de Sobradinho e esteve presente no episódio que elegeu um correligionário do seu grupo político.

JS: O PT no DF parece estar em guerra. Dias atrás, o deputado Chico Vigilante tornou público um vídeo que acusa lideranças e também o senhor de tumultuar as eleições de internas do partido em Planaltina, com a finalidade de vencer o processo. O que você tem a dizer?

RICARDO VALE: Acho que ele mentiu de propósito ou fez aquele vídeo influenciado pelos seus cabos eleitorais e pela Alaíde, candidata dele na cidade. Ela é servidora do seu gabinete e perdeu as eleições para o Odetino, companheiro que apoiamos. O Chico Vigilante precisa aprender a perder e parar de expor o PT ao ridículo como fez naquele vídeo. Nossos problemas e disputas devem ser resolvidos entre nós. É por essa e outras que O PT DF está em seu pior momento, com pouca credibilidade com nossa população.

JS: Então não houve aquela confusão que o Chico Vigilante disse no vídeo?

RICARDO VALE: Houve sim, mas não da forma escandalosa e sensacionalista que ele passou. O Chico Vigilante gosta de tripudiar e difamar as pessoas que não estão ao seu lado nas disputas, por isso, aumentou muito o episódio.

JS: Então o que de fato ocorreu?

RICARDO VALE: Logo após encerrar a votação, quando foi divulgado o resultado da eleição, a chapa ganhadora começou a comemorar e um militante apoiador da chapa derrotada começou a gritar de forma autoritária que iria recontar os votos de qualquer maneira, sem explicar os motivos e sem apresentar um recurso da chapa perdedora alegando os motivos da recontagem. Lógico que, naquele momento, não aceitamos, porque não fazia nenhum sentido a recontagem. Aí começou um debate acalorado e duas mulheres que estavam na sala de apuração começaram a brigar. Isso não durou 15 segundos, até que elas fossem contidas pelo os demais. Diante da confusão e da falta de entendimento entre as chapas, as urnas foram lacradas e encaminhadas para o diretório regional, quando os votos poderão ser recontados, caso aconteça um recurso com argumentos lógicos. O fato concreto é que, depois da briga as duas companheiras,  foram para a delegacia prestar queixa uma contra a outra. No mais, é tudo invenção e choro de perdedor, de gente que quer tirar o brilho de uma eleição feita com muito debate e diálogo com a militância de Planaltina.

JS: Como fica a imagem do PT com esses episódios?

RICARDO VALE: Fica arranhada, fica feia! Mas, tanto a militância do PT, quanto quem já participou de outras disputas eleitorais, sabe que em eleições acirradas infelizmente podem ocorrer esse tipo de conflito. O Chico Vigilante, ao tornar público aquela confusão, deixou em segundo plano o momento democrático que as eleições representam. Foram quase 7 mil votantes em todo o DF e nenhum problema nas outras cidades. Infelizmente, isso ele não fala!

JS: Como foram as eleições em Sobradinho e nas demais cidades?

RICARDO VALE: Foi tudo muito tranquilo! Uma festa da democracia interna que só o Partido dos Trabalhadores tem. Em Sobradinho, reelegemos a professora Gisele com uma ampla maioria de votos. Por aqui, a paz, o respeito e a democracia imperaram, como deve ser sempre.

JS: Como fica o PT/DF daqui para frente? Como sair dessa descrença e vencer o antipetismo que ainda é grande?

RICARDO VALE: O PT é o único partido do Brasil que quem escolhe as direções são seus filiados. Isso é muito democrático. O processo ainda não acabou, uma vez que, em outubro, no Congresso do Partido, vamos eleger um novo presidente e a nova direção partidária regional. Em novembro, no Congresso Nacional, elegeremos o presidente e a direção nacional. O futuro do PT vai depender muito do que ocorrerá nestas eleições. Vamos ver que projeto irá conduzir o partido daqui para frente. Será uma disputa dos que querem a renovação, a reconstrução, os militantes podendo participar e decidir os rumos do partido contra os que querem manter a burocratização, o centralismo da militância, o conservadorismo, e os interesses pessoais de alguns.

JS: E se as teses e grupos conservadores ganharem?

RICARDO VALE: Será péssimo para nossa militância. Será péssimo para a população do Distrito Federal, uma vez que O PT é o partido mais querido do Brasil. Precisa reconquistar a confiança do povo brasileiro para voltar a disputar as mentes e corações. Com a atual direção que temos, isso não será possível e é por esse motivo que estamos lutando e disputando. Chega de coronéis, carreiristas e lideranças que se utilizam do PT para seus interesses próprios. Essa direção atual não permite o surgimento de novas lideranças, não permite a renovação dos seus quadros, o PT está encolhendo e envelhecendo devido essas práticas. Precisamos de um partido forte e, sobretudo, voltado para os militantes que estão sempre na ponta, lutando nas cidades, nos movimentos populares, nos bairros, escolas, etc.

JS: E o seu futuro político?

RICARDO VALE: Está diretamente ligado aos próximos acontecimentos, ao que que vai ocorrer nas eleições do PT. Vamos ver como o partido sairá desse processo. Torço para que o grupo que defende a tese da redemocratização, da participação ampla da militância, da formação e renovação de novas lideranças, dos que querem um partido para todos e mais próximo da nossa população ganhe essas eleições e mude, de fato, o PT. Isso vai nos dar gás para continuarmos fazendo política.

JS: Você será candidato em 2022?

RICARDO VALE: Estou muito preocupado com o futuro do DF, com a falta de perspectiva e melhorias na qualidade de vida de nossa população. Ando muito triste ao ver os projetos que fizemos, as leis que aprovamos e os segmentos que apoiamos desassistidos.

Faço parte da resistência socialista que é uma tendência nacional do PT. Caso os companheiros e companheiras de nossa organização no DF entenderem ser importante minha candidatura, eu serei.

 

 

Obs: JS – Jornal de Sobradinho

Emícles Nogueira Nobre Júnior
Emícles Nogueira Nobre Júniorhttp://jornaldesobradinho.com.br
Jornalista Profissional DRT 12050/DF, Blogueiro, Gestor Comercial & Diretor Geral do Jornal de Sobradinho.
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