O governador revelou que pensou em não disputar a reeleição. Mas, por fim, transferiu para o eleitor a responsabilidade de escolher entre: a corrupção que levou vários políticos locais para a cadeia, ou um governo honesto, que tirou a cidade das páginas policiais

(*) Orlando Pontes

Rodrigo Rollemberg chegou a pensar em não disputar a reeleição. Mas, segundo ele, “falou mais alto” o seu compromisso com Brasília. Na reta final da campanha, o governador concedeu esta entrevista ao Brasília Capital e transferiu para o eleitor a responsabilidade de escolher, no dia 7 de outubro, entre dois modelos: a corrupção que levou vários políticos locais para a cadeia e outros a serem condenados pela Justiça, ou um governo honesto, que tirou a cidade das páginas policiais. “Será que a população do DF quer a volta da corrupção ou quer uma cidade administrada com seriedade, honestidade e correção?”. Rollemberg faz um balanço de sua gestão. Além de colocar a casa em ordem, equilibrou as contas públicas, pagando o rombo de R$ 6,5 bilhões que recebeu de seu antecessor, Agnelo Queiroz (PT). Orgulha-se de não ter atrasado salários de servidores, de pagar o 13º no mês do aniversário e de não ter transformado em precatórios a pecúnia dos professores aposentados. Lista obras importantes em cidades como Taguatinga, Águas Claras e Vicente Pires, e projeta um novo governo de grandes realizações. “Com as contas em ordem vamos poder fazer muito mais”, aposta.

Rollemberg: “não seria correto, agora que arrumamos as contas, abrir mão para que pessoas que representam os grupos que colocaram Brasília na situação que eu peguei, em função da corrupção e da irresponsabilidade, pudessem voltar ao poder”. Foto: Renan Baffi

Por que o senhor quer mais quatro anos no Buriti? – Eu pensei muito se seria candidato novamente. Esses quatro anos foram muito difíceis. Especialmente o início do governo. Eu passei muitas madrugadas em claro sem saber como superar o rombo de R$ 6,5 bilhões que a gente recebeu. Me tirava o sono pensar como garantir o pagamento do salário dos servidores em dia, dos terceirizados, como pagar os fornecedores e prestadores de serviços, como pagar a dívida do governo anterior. Foi muito sacrifício. Foram três anos muito difíceis. Mas não seria correto que agora que arrumamos as contas e estamos em uma situação financeira muito melhor, abrir mão para que aquelas pessoas que representam os grupos que colocaram Brasília na situação que eu peguei, em função da corrupção e da irresponsabilidade, pudessem voltar ao poder. Meu compromisso com Brasília falou mais alto, e por isso decidi continuar nessa missão de servir à população do Distrito Federal.

Os seus adversários alegam que o senhor ficou muito tempo olhando o retrovisor em vez de olhar para a frente. – Nós olhamos o tempo todo para frente, mas recebemos uma dívida de 6 bilhões que tivemos que pagar. E pagamos quase toda. Ainda hoje eu vi um depoimento de uma pessoa que tem um parente no Rio de Janeiro dizendo que lá os servidores públicos estavam indo morar em casa de parentes porque não estavam conseguindo pagar aluguel. As pessoas estavam se organizando para dar cesta básica para os servidores, porque estavam há meses com os salários atrasados.

Mas parece que os servidores do GDF não andam muito satisfeitos com a sua gestão… – Nós fizemos todo o esforço para que os servidores tivessem todo mês o salário em dia. E tiveram. Não apenas o salário, mas o 13° pago no mês do aniversário. Estamos pagando a pecúnia dos professores. Poderíamos jogar para precatório, mas não transformamos, e estamos pagando. Portanto, eu tenho convicção de que eu fui muito atento e priorizei o servidor público. Compare a situação de Brasília com a de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, estados ricos que estão atrasando e parcelando salários.

Além da questão salarial, tem as condições de trabalho e a formação profissional. – Fizemos grandes programas de qualificação profissional. Hoje os servidores públicos no DF podem fazer mestrado em Finanças Públicas na UnB. Tiveram a oportunidade de se capacitar pela Fundação Dom Cabral. Ampliamos a licença paternidade de sete dias para 30 dias. Portanto, eu tenho convicção de que fizemos o possível para o servidor. E sou muito grato aos servidores públicos que nos ajudaram a superar esse momento de tanta dificuldade da nossa cidade e do nosso país.

Rollemberg: “Eu quero ser conhecido como o governador que levantou Brasília, arrumou as contas e fez a cidade voltar a se desenvolver”. Foto: Renan Baffi

Seus adversários prometem pagar uma série de reajustes e de reposições salariais já no primeiro mês de um eventual governo deles. Como o senhor classificaria esse discurso? – O que está em questão neste momento não é só a eleição de um novo governador. Está em questão qual é o futuro que nós queremos para o DF. Em uma semana tivemos um ex-governador condenado a sete anos de cadeia; um candidato condenado a quatro anos de prisão; e esse mesmo candidato envolvido em mais um processo em que o MP pede sua condenação; tivemos uma candidata que quer construir mais dois estádios e o Ministério Público pediu seu indiciamento em função de fraude em licitação no Rio de Janeiro; tivemos outro candidato que o MP pediu o indiciamento em função de fraude em licitações e recebimento de recursos da educação no pequeno e pobre município de Jacobina, no interior da Bahia. Eu fui deputado distrital, deputado federal, senador, governador, secretário de Turismo, secretário de Ciência e Tecnologia e não respondo a nenhum processo. Essa é a diferença! A gente quer voltar a um passado de corrupção que tantos prejuízos e tanta vergonha trouxe a Brasília, ou queremos um governo sério, honesto, que teve falhas, que reconhece que não fez tudo que queria ter feito, mas que fez o que foi possível e pode fazer daqui pra frente muito mais, porque está com as contas arrumadas?

A quê o senhor atribui essa alta rejeição, já que fez tantas coisas à frente de um governo transparente, de “mãos limpas”, como diz o seu slogan? – A rejeição é à política e aos políticos. E a população tem toda razão de estar indignada com a política. Liga a TV e todo dia é uma denúncia envolvendo políticos importantes do Brasil, políticos importantes que governaram Brasília no passado. É claro que a população fica indignada. No primeiro momento não separa ninguém, e acaba rejeitando aqueles que estão em mais exposição, como eu estou. Mas tenho andado nas ruas e recebido o carinho da população, o reconhecimento de que temos um governo sério e honesto. As pesquisas estão demostrando que com o esclarecimento essa rejeição vem caindo a cada dia. Eu tenho muita convicção de que estarei no segundo turno, e no segundo turno é outra eleição. Teremos mais tempo de TV para mostrar o que fizemos, o que vamos fazer e qual a nossa diferença em relação aos demais candidatos. Por que alguns candidatos escondem os seus aliados? Eu por exemplo não vejo o candidato Ibanez apresentar na TV o seu padrinho, que é o Tadeu Filippelli, condenado e preso na Lava Jato.

Por que o Ibaneis subiu tanto nas pesquisas? – Ele está panfletando dinheiro, comprando cabos eleitorais e candidatos a deputado. Mas o dinheiro não compra a consciência de todo mundo. Com tempo de televisão igual no segundo turno, teremos a oportunidade de mostrar essas coisas. Eu tenho orgulho de mostrar meus aliados – a Leila do Vôlei, candidata ao Senado, uma pessoa que nasceu em uma família humilde de Taguatinga, lutou a vida toda e representou muito bem Brasília e o Brasil; o Chico Leite, um deputado exemplar, sempre vinculado a projetos importantes, como a Lei da Ficha Limpa, a Lei do Voto Aberto, a Lei da Transparência, do concurso público; nosso vice, Eduardo Brandão, uma pessoa correta. Nossos aliados são pessoas que temos honra de mostrar.

Mas o seu vice Renato Santana, que ainda está no cargo, agora é seu adversário… – Ele não estava maduro para assumir um cargo de tamanha responsabilidade.

Como mudar essa imagem de um governo pouco efetivo? – A imagem do governo pouco efetivo não é verdadeira. Talvez tenhamos pecado por ter investido pouco em publicidade. Pegamos a cidade com um rombo de R$ 6 bilhões. Primeiro tivemos que arrumar a casa num momento de recessão econômica no país. Não foi fácil, mas nós conseguimos. Agora eu te pergunto: qual foi o único que estado que, apesar de tudo, conseguiu construir um novo hospital? Nós construímos o novo Hospital da Criança, que começa a funcionar esta semana com 202 leitos, sendo 32 leitos de UTI Pediátrica, com os equipamentos mais modernos do mundo. Estamos fazendo três estações do metrô, inclusive uma em Águas Claras. Abrimos mais de 16 mil vagas em creches e educação infantil. Acabamos com a ferida aberta no coração do país, que era o Lixão da Estrutural, e criamos o Aterro Sanitário. Hoje os catadores estão trabalhando em galpões em melhores condições e recebendo para fazer a separação do lixo. Acabamos com a crise hídrica no Distrito Federal. A seca está acabando e a barragem do Descoberto ainda está com 68% de sua capacidade, porque fizemos duas obras de captação e tratamento de água que permitem que essa água abasteça cidades antes abastecidas pelo Descoberto. E até o final do ano iremos terminar a maior obra de captação e tratamento de água em curso no Brasil, que é Corumbá 4, que colocará 5,6 mil litros por segundo no nosso sistema. Estamos fazendo o Trevo de Triagem Norte, a maior obra viária da história de Brasília. Vai melhorar muito a mobilidade urbana de quem mora na região norte do DF. Estamos colocando asfalto em Vicente Pires, que irá acabar de uma vez com os problemas de enchente por lá. Estamos asfaltando o Sol Nascente e o Porto Rico. Implantamos o bilhete único. Não é pouca coisa que fizemos no governo. Talvez não tivemos a competência adequada para mostrar isso para o povo.

“A seca está acabando e a barragem está com 68% da capacidade porque fizemos obras de captação para cidades antes abastecidas pelo Descoberto”. Foto: Renan Baffi

Quais os benefícios o seu governo levou para o triângulo formado pelas cidades de Taguatinga, Águas Claras e Vicente Pires? – Em Águas Claras nós fizemos a duplicação da DF-079. Eu me lembro de quando fui visitar a obra e as pessoas passavam buzinando, aplaudindo o governo. No último domingo nós abrimos mais 31 hectares que cedemos da Residência Oficial do governador para o Parque Ecológico. Estamos construindo dentro dessa área a ciclovia e a pista de caminhada para  a população. Trocaremos toda a iluminação do parque por LED. Vamos concluir até o final do ano a terceira saída de Águas Claras, margeando a Residência Oficial, para a EPTG. Além disso, vamos concluir até o final do ano uma nova estação do metrô. Em Vicente Pires, já fizemos praticamente toda a rede de esgoto e estamos fazendo a rede de drenagem. Estamos concluindo o asfalto e já asfaltamos as principais avenidas. Vamos colocar toda a iluminação de LED e iremos colocar também todos os equipamentos públicos, como Unidade Básica de Saúde e escolas. Já em Taguatinga, já foi licitado o túnel no centro da cidade. A empresa foi selecionada, mas a empresa que perdeu entrou na Justiça e o Tribunal de Contas pediu a suspensão. Tão logo a gente tenha uma decisão do TCDF vamos dar início às obras do túnel de Taguatinga. Além disso, já estamos com o projeto pronto e já temos os recursos para licitar até o final do ano o BRT ligando o Plano Piloto até o Sol Nascente, passando pela Estrada Parque Indústrias Gráficas, EPTG, Pistão Norte, Hélio Prates até no Sol Nascente. Temos também a Interbairros, que chamamos de Transbrasília, que já superou vários entraves jurídicos e criará um novo eixo de desenvolvimento e mobilidade para quem mora em Águas Claras, Taguatinga e Samambaia.

Rollemberg: “Fiz um governo sério, honesto, sem negociatas, sem mentiras. Hoje me sinto em muito melhores condições de governar nossa cidade e fazer muito mais por Brasília e pelos brasilienses”. Foto: Renan Baffi

De onde virão os recursos para a Transbrasília? – Será uma PPP – Parceria Público-Privada. Já temos uma proposta, estamos fazendo os ajustes e submetendo ao Tribunal de Contas para fazer a licitação final. Nós iremos enterrar o linhão de alta tensão, criar alguns lotes, e serão esses lotes que irão financiar a obra que será nada mais nada menos que o parque linear que ligará o Plano Piloto, Guará, Águas Claras, Taguatinga, Samambaia, melhorando a qualidade de vida de quem mora nessas cidades.

Falando em qualidade de vida, o gargalo do país tem sido a Saúde. O senhor criou o Instituto do Hospital de Base, alvo de muitas críticas. Qual a avaliação do governo em relação a essa medida? – Eu pretendo ampliar. Acabamos de receber uma ligação de uma senhora chamada Divina, moradora do Areal, emocionada, dizendo que foi ao Hospital de Base e não imaginava que seria atendida tão rápido. Fez os exames, fez a cirurgia e está encantada com o hospital. Ainda não é uma perfeição, mas está caminhando todos dias para melhorar. Mas está infinitamente melhor do que era antes. É um crime o que esses candidatos prometem, dizendo que vão acabar com o IHB, caso sejam eleitos. Por sorte da população, não serão. Vou dar alguns exemplos do que significa o Instituto, reconhecendo que ainda temos muito o que melhorar. Quando o IHB começou a funcionar no dia primeiro de janeiro, tinha 107 leitos fechados. Os 107 leitos foram reabertos. Tinha seis salas de cirurgia funcionando. Hoje temos 12. O atendimento inicial demorava mais de 40 minutos. Hoje demora 11 minutos. Enquanto a rede pública de saúde está gastando oito meses para comprar medicamentos, o Hospital de Base gasta 40 dias e ainda compra mais barato. Batemos todos os recordes nos últimos quatro anos de cirurgias ortopédicas. Também bateu o record de todos os hospitais, incluindo os da rede privada, de cirurgias de transplante de córneas. Zeramos a fila da radioterapia no DF, com o apoio do IHB. Portanto, é um sucesso total. As pesquisas realizadas dentro do HBB provam que 60% da população consideram o serviço de qualidade. E é isso que temos de levar para os outros hospitais do DF, para o HMIB, HRT, para a Ceilândia, Gama, e com isso garantir a melhoria no atendimento das pessoas.

O governo também é alvo de muitos ataques da área de segurança, em especial do Sindicato dos Policiais Civis, que cobra a paridade com a Federal. Afinal, o senhor não paga porque é mau, porque não gosta da Civil ou porque não tem dinheiro? – Eu não paguei porque não tinha dinheiro. Vou deixar aqui para quem está lendo fazer o seu juízo de valor: no último dia da presidente Dilma, ela deu aumento de 37% para a Polícia Federal. Vocês acham que Brasília estava em condições de dar 37% de aumento para uma única categoria?  Isso custaria R$ 696 milhões por ano. Para o ano que vem isso custaria  R$ 942 milhões, porque nesse intervalo nós contratamos muitos policiais, delegados, agentes, peritos, papiloscopistas, e também porque se tem um crescimento vegetativo da folha. Então era impossível dar esse aumento. É claro que se eu pudesse, teria dado o aumento. Mas era realmente impossível. Se tem uma coisa que prezamos no meu governo é a responsabilidade. Eu sempre disse eu não vou ficar conhecido como o governador que quebrou Brasília. Pelo contrário. Eu quero ser conhecido como o governador que levantou Brasília, que arrumou as contas e fez com que a cidade voltasse a se desenvolver. E hoje estamos com as condições necessárias para isso. Um exemplo: este ano já contratamos mais de três mil e quinhentos servidores da Saúde. Semana passada contratamos 200 novos médicos emergencistas para trabalhar nas UPAS e hospitais e médicos especialistas em saúde da família, uma categoria que a gente criou no nosso governo. Já são 1,9 mil médicos contratados. Nós contratamos só este ano mais de mil servidores da Educação. Contratamos agentes do sistema penitenciário, do sistema socioeducativo, do metrô. Agora, nós só tivemos a condição de contratar porque arrumamos as contas e saímos da Lei de Responsabilidade Fiscal. E eu tenho compromisso de já em janeiro contratar os professores de atividades, os professores especialistas, os orientadores, monitores, secretários e técnicos da educação. Todos os professores aprovados e grande parte dos orientadores e monitores. Nós estamos, neste momento, realizando um concurso para 3.300 policias, sendo 300 oficiais e 3 mil praças. Eu tenho o compromisso de, ano que vem, contratar duas turmas do Corpo de Bombeiros, de contratar agentes do sistema socioeducativo, agentes penitenciários. E por que nós estamos fazendo isso? Porque arrumamos a casa e agora temos na Lei Orçamentária Anual, já enviada para Câmara Legislativa, R$600 milhões para novas contratações e para reposição salarial dos servidores públicos do GDF.

O candidato Alberto Fraga disse, em entrevista ao Brasília Capital, que caso seja governador, os bandidos vão ter que mudar de Brasília… – Eu diria que ele tem que tomar cuidado com as palavras. O Fraga acabou de ser condenado pela Justiça. Agora é importante dizer que na questão da segurança nós, até o final deste ano vamos ter 2.200 câmeras integradas no DF ligadas ao Centro Integrado de Operação de Brasília.

O que é esse Centro Integrado? – É uma sala de controle com grandes telões onde ficam Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Cidades, Agefis, SLU, Secretaria de Mobilidade, Secretaria de Saúde. Todo mundo acompanhando a cidade. Então, se ocorre um acidente, em vez de você mandar uma ambulância do SAMU e uma ambulância do Bombeiro, você vai otimizar o serviço, mandando a que está mais próxima. Se você identifica uma desordem urbana, que às vezes é um som alto que está incomodando os vizinhos, você combate. Com isso, vai tornando a cidade mais segura e com uma sensação de segurança melhor. Logo no início do próximo ano nós vamos botar câmeras na porta das escolas. Se tiver ali eventualmente um traficante, uma pessoa abordando um jovem, aciona a polícia que está mais próxima, que vai lá e já prende o traficante, sem expor o diretor da escola ou um professor. Eu fui à São Paulo semana passada a convite do Centro de Liderança Pública para obter o reconhecimento. Brasília subiu seis posições no ranking nacional de melhoria da segurança pública. Enquanto em todo Brasil os índices de homicídio estão aumentando assustadoramente, nós tivemos a maior redução de homicídios do País. Nesses três anos e nove meses, estamos hoje com a menor taxa de homicídio dos últimos trinta anos. Fechamos o ano passado com a menor taxa dos últimos 29 anos e estamos este ano com a menor taxa dos últimos 30 anos. Isso é uma grande conquista que eu quero compartilhar com a Polícia Civil, com a PM, o Corpo de Bombeiros e com a população de Brasília, porque realmente é uma grande conquista. Isto nos permite se dizer o seguinte: quando iniciamos o governo, tínhamos uma média de 50 homicídios por mês no DF, que dava em torno de 600 homicídios por ano. Neste mês de setembro, nós tivemos 25 homicídios. Ou seja, reduzimos pela metade, o que me permite sonhar em ter um mês sem nenhum homicídio no DF. E você pode ter certeza: se eu tiver a felicidade de ser governador de Brasília novamente, nós vamos perseguir esse objetivo, de fechar meses em Brasília sem nenhum homicídio.

Qual a mensagem o senhor deixa para o eleitor que vai à urna no dia 7 de outubro? – Eu quero me dirigir especialmente às pessoas que votaram  em mim na última eleição esperando algo novo. Eu reconheço que nosso governo teve falhas, que não fizemos tudo aquilo que gostaríamos de ter feito e que planejamos fazer. Mas tenho convicção de que fizemos o possível. Talvez fizemos até muito dentro do ambiente em que nós governamos. Mas eu quero que você faça uma reflexão comigo: tem três anos e nove meses que você não vê o nome de Brasília envolvido em nenhum escândalo em cenário nacional, que era uma prática em Brasília. A gente assistia toda semana um governador ser preso, um senador preso, um vice-governador preso, agentes políticos importantes da cidade presos, envergonhando a nossa cidade. Quantas vezes a gente viajou para fora de Brasília e ouvia piadinhas tentando ligar a gente à corrupção. Isso está acabando, minha gente! Tem três anos e nove meses que a gente não ouve falar em corrupção, e quando aparece alguma coisa a gente age imediatamente, afasta, pune e manda apurar. Esta é a diferença! Será que a população de Brasília quer a volta da corrupção? A corrupção que tirou dinheiro da Educação, da Saúde e Segurança? Que construiu aquele rombo bilionário que a gente herdou? Ou a gente quer uma cidade administrada com seriedade, honestidade, correção? Que você pode ter certeza de que, com o combate à corrupção vai sobrar recursos para investir na saúde, segurança e educação. Portanto, eu estou muito tranquilo. Eu me sinto uma pessoa que cumpriu sua missão. Não que eu tenha sido perfeito. Reconheço que tive falhas, erros. Mas hoje eu estou mais experiente do que no primeiro momento. Também digo com muita tranquilidade: fiz um governo sério, honesto. Não tive negociatas. Não teve mentiras. E posso assegurar que hoje me sinto em muito melhores condições, numa melhor situação financeira, de governar nossa cidade e fazer muito mais por Brasília e pelos brasilienses.



(*) Por Orlando Pontes, Fotos  Renan Baffi – Brasilia Capital.com.br