Variante do coronavírus, identificada pela primeira vez na Índia, está se espalhando rapidamente pelo mundo pelo seu alto poder de transmissão, segundo órgão
A variante Delta da Covid-19, identificada pela primeira vez na Índia, está se tornando a variante da doença dominante no mundo, disse a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira (17).
“A variante Delta está a caminho de se tornar a variante dominante globalmente por causa de sua maior transmissibilidade”, disse Soumya Swaminathan em entrevista coletiva.
O Reino Unido relatou um aumento acentuado das infecções com a variante Delta, enquanto o principal funcionário de saúde pública da Alemanha previu que ela se tornaria rapidamente a variante dominante por lá, apesar do aumento das taxas de vacinação.
O Kremlin, na Rússia, atribuiu o aumento de casos de Covid-19 à relutância de pessoas a se vacinar e ao “niilismo”, após o registro de novas infecções em Moscou, principalmente com a nova variante Delta, alimentando temores de uma terceira onda.
Funcionários da OMS disseram que a África continua sendo uma área de preocupação, embora seja responsável por apenas cerca de 5% das novas infecções globais e 2% das mortes.
Novos casos na Namíbia, Serra Leoa, Libéria e Ruanda dobraram na última semana, disse o chefe do programa de emergências da OMS, Mike Ryan, enquanto o acesso à vacina permanece minúsculo.
Curevac
“É uma trajetória muito, muito preocupante”, disse Ryan. “A realidade brutal é que em uma era de múltiplas variantes, com maior transmissibilidade, deixamos vastas faixas da população, a vulnerável população da África, desprotegida por vacinas.”
Swaminathan também expressou desapontamento com o fracasso da vacina candidata, a alemã CureVac, em um teste para atender ao padrão de eficácia da OMS, em particular porque as variantes altamente transmissíveis aumentam a necessidade de novas vacinas eficazes.
Variantes do coronavírus foram citadas pelo CureVac quando a empresa alemã relatou esta semana que sua vacina provou ser apenas 47% eficaz na prevenção de doenças, quando o mínimo referencial é de 50% de eficácia para uma vacina ser aprovada pela OMS.
A empresa disse que documentou pelo menos 13 variantes circulando dentro de sua população de estudo.
Comparada às vacinas de mRNA semelhantes como a da Pfizer, BioNTech e Moderna, que apresentaram taxas de eficácia superiores a 90%, Swaminathan disse que o mundo esperava mais da candidata CureVac.
“Só porque é outra vacina de mRNA, não podemos presumir que todas as vacinas de mRNA são iguais, porque cada uma tem uma tecnologia ligeiramente diferente”, disse Swaminathan, acrescentando que a falha surpresa ressaltou o valor de testes clínicos robustos para testar novos produtos.
*Da Reuters, em Genebra, Reportagem de John Miller, escrita por Giles Elgood, edição de Catherine Evans e Michael Shields.