Em Sobradinho, região com quase 20 mil casos confirmados da doença. A Clínica de Saúde Funcional da cidade trabalha a todo vapor

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) está encaminhando pacientes que adquiriram sequelas posteriores à infecção pelo coronavírus para clínicas de reabilitação públicas espalhadas pela capital federal. Os ambulatórios funcionam no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), além do Hospital de Base, Hospital Universitário de Brasília (HUB) e no Hospital Regional de Ceilândia (HRC).

Já em Sobradinho, cidade com mais de 19,3 mil casos confirmados de covid-19, segundo os dados da Vigilância Epidemiológica do Distrito Federal, existe a Clínica de Saúde Funcional, localizada na Quadra 8, e vinculado à Policlínica da cidade. No local, 16 profissionais atendem cerca de 12 pacientes por dia e 760 a cada mês.

Atualmente, também estão sendo tratados os brasilienses que adquiriram dificuldades motoras devido à doença, recebendo o suporte de terapeutas ocupacionais e de fisioterapeutas.

Na instalação, são recebidos os habitantes da Região Norte, que engloba além de Sobradinho I e II, os habitantes da Fercal e de Planaltina. O horário de atendimento é das 7h até as 18h, com horários agendados para cada paciente, que devem higienizar as suas mãos no começo e no final de cada recepção. Após o término das triagens, os profissionais da saúde limpam os materiais utilizados constantemente, a fim de respeitar as medidas de segurança hospitalar.

Para ser encaminhado até a clínica de tratamento especializado, é necessário o comparecimento em uma consulta com um médico, para que possa ser feita uma transferência para o serviço de terapia ocupacional adulto. Após o cadastro, o indivíduo será levado ao posto de saúde mais próximo de sua residência.

Segundo a terapeuta Juliana Costa, o local está atendendo pessoas com sequelas de covid-19 há pouco tempo. Segundo ela, poucos pacientes com sequelas da covid-19 estão indo até a clínica de Sobradinho para serem atendidas. “Acho que é até por não saberem do serviço”, conta.

A profissional explica que a função do terapeuta ocupacional é a de estruturar, organizar e planejar a rotina do paciente, para que ele se torne mais independente e adquira mais autonomia, retornando aos poucos a recuperar o seu cotidiano anterior à doença.

De acordo com Juliana (foto abaixo), os tratamentos são feitos de acordo com a realidade de cada um que é encaminhado até a clínica. “O atendimento é feito de maneira individualizada, e depende de qual é a queixa do paciente, tem alguns que possuem dificuldade no equilíbrio, tem uns que tem a coordenação motora mais grossa, e tem uns que possuem os movimentos mais delicados”, afirma a terapeuta.

A profissional comenta que pretende fazer com que todos aqueles que são encaminhados para a Clínica de Saúde Funcional de Sobradinho, consigam recuperar as habilidades na realização de costumes do dia-a-dia que foram prejudicados pelo coronavírus, devido às sequelas posteriores à infecção. “Nós esperamos que eles recuperem a autonomia, a qualidade de vida, e que eles consigam ser mais independentes”, explica.

Um dos pacientes da clínica é um designer que utiliza o computador como a principal ferramenta de trabalho. Após ser infectado com o coronavírus, ele está sendo encaminhado para o tratamento regular na instalação, para poder recuperar os seus movimentos e ter um melhor desempenho na sua vida profissional.

Segundo a profissional da rede pública de saúde, até o momento, nenhum paciente da clínica finalizou o seu tratamento. Em entrevista ao Jornal de Brasília, Juliana Costa disse que a frequentadora que mais progrediu durante a sua estadia na instalação foi uma mulher que chegou com sintomas semelhantes à doença de Parkinson, apresentando tremores no corpo, que prejudicavam o seu equilíbrio. Hoje, após meses de tratamento realizado durante duas vezes por semana, ela já apresenta um melhor desempenho, conseguindo andar com uma maior facilidade.

Outros atendimentos:

No Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), funciona o Ambulatório de Egressos, onde são tratados os pacientes que ficaram com sequelas da covid-19. O atendimento é disponibilizado durante todas as quartas, quintas e sextas-feiras, das 13h às 18h. No local, quatro médicos estão presentes para prestar suporte aos enfermos. De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), mais de mil pessoas com complicações devido ao vírus já foram atendidas no local.

A instalação possui a mais alta tecnologia e é voltada para pacientes que tiveram a infecção pelo coronavírus de maneira mais aguda ou para aqueles que ficaram internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Segundo especialistas, a principal sequela que o coronavírus pode deixar nos pacientes graves é a fibrose pulmonar, que pode ser revertida por meio de um tratamento intensivo que envolve fisioterapia e medicação. Esses procedimentos são feitos no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), de forma gratuita.

Na avaliação clínica, realizada no Ambulatório de Egressos, o paciente é examinado e são colhidas todas as suas informações e a sua história clínica. Depois disso, o indivíduo é introduzido para a realização do exame de função pulmonar completo, que compreende espirometria, volumes pulmonares e difusão de monóxido de carbono.

Fonte: : Gabriel de Sousa/redacao@grupojbr.com