Salvador de vidas, banco de leite materno do DF tem baixa na pandemia e requer doações para recém-nascidos
A desempregada Andreia Magalhães dos Santos, 32 anos, acompanha há quase um mês a recuperação da filha Olívia, prematura de 27 semanas internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Com baixa produção de leite e sem poder amamentar, a moradora do Riacho Fundo I tem contado com as doações de outras mães coletadas pelo Banco de Leite Materno do Distrito Federal para alimentar a recém-nascida.
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O serviço de coleta feito em 13 unidades de saúde do DF sofreu uma baixa de doações em 2020 por causa da pandemia do novo coronavírus e demanda a ação de novas voluntárias para aumentar seu estoque. Somente este ano, pelo menos 5,5 mil crianças foram alimentadas e se fortaleceram com o alimento doado por outras mães.
“Eu não tenho como mensurar o que está sendo feito pela minha filha. Só sinto que o que ela está recebendo por meio dessas doações é amor em forma de leite”, define Andreia, que religiosamente passa o dia, das 9h da manhã às 22h, acompanhando a evolução da filha na incubadora do hospital público da Asa Sul.
Eu não tenho como mensurar o que está sendo feito pela minha filha. Só sinto que o que ela está recebendo por meio dessas doações é amor em forma de leite
Andreia Magalhães dos Santos, mãe da pequena Olívia
Referência nacional
Na tarde desta terça-feira (10), a secretária de Desenvolvimento Social Mayara Noronha Rocha esteve no Hmib visitando o banco de leite do hospital. Mãe de uma criança de dois anos, ela contou que também enfrentou dificuldades para amamentar e só conseguiu com ajuda médica. “Nosso banco é referência nacional pela excelência do serviço prestado, por isso pedimos às mamães agraciadas com excesso de leite que ajudem a salvar a vida de crianças prematuras que precisam desse alimento tão importante para se recuperarem, ressalta.”
Além do Hmib, o Distrito Federal conta com bancos de leite nos hospitais regionais da Asa Norte (Hran), de Sobradinho (HRS), de Samambaia (HRSam), de Brazlândia (HRBraz), de Ceilândia (HRC), do Guará (HRG), de Taguatinga (HRT), de Planaltina (HRP), Leste, do Paranoá (HRL), de Santa Maria (HRSM), além da policlínica do Riacho Fundo I e do posto de coleta de São Sebastião.
Para ser doadora, a mulher deve ter produção abundante de leite para amamentar o próprio filho e compartilhar, além de estar em boas condições de saúde. Para isso, basta se candidatar pelo telefone 160 (opção 4) ou pelo site do programa Amamenta Brasília. A coleta é feita em domicílio com o apoio de militares do Corpo de Bombeiros, que há 31 anos dão suporte ao programa da Secretaria de Saúde.
Dificuldades de amamentar
“É importante que nos procurem não só quem tem leite para doar, mas também quem está com dificuldade de amamentação. Muitas vezes, a mãe produz o leite, mas por problemas no manejo na hora de dar de mamar acha que não tem leite suficiente para o filho”, alerta a médica pediatra coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno do DF, Miriam Santos.
E mesmo se você não é mãe ou mulher, os bancos de leite do Distrito Federal também contam com uma outra doação: a de potes de vidros com tampas plásticas semelhantes a de cafés solúveis. Tampas metálicas ou potes plásticos não são aproveitados.
Fonte: Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília, Edição: Renata Lu